segunda-feira, 21 de julho de 2008

Mãos ao alto


Está realmente muito difícil assistir jornal pela TV, ou ler as notícias do dia, seja através de impressos ou internet. É de tirar a fome, o sono.
A vontade que dá, ás vezes, é de se alienar do mundo, de tudo o que acontece e fingir viver no país das maravilhas.
Não resolveria. Não resolve.
A realidade que bate a nossa porta todos os dias é bem diferente de qualquer maravilha.
Gente, o que está acontecendo com o mundo?
E com o Rio de Janeiro?
E com a nossa polícia, ou com as nossas famílias?
A sensação é como se estivéssemos em um daqueles filmes de ação, suspense ou terror (que eu sempre detestei, aliás) correndo contra o tempo para não sermos a próxima vítima.
Tudo bem, como jornalista eu sei que notícia boa não vira pauta, ao contrário do que eu sempre acreditei. A menos que seja vitória da seleção brasileira (de vôlei, claro), ou a descoberta da vacina contra a Aids.
Mas, ultimamente o carro chefe de qualquer edição tem sido a violência nas grandes cidades.
Pai, mãe e madrasta que jogam o filho pela janela, ou o abandonam em lixeira e afins já virou moda, infelizmente.
Só que a “onda” da vez é policial brincar de bang-bang com bandido e, claro, acabar acertando cidadãos comuns, que nada tem a ver com a história, além de é claro pagar seus impostos em dia para ter um mínimo de segurança, entre outras coisas. E acabar pagando mesmo é com a própria vida, ou com a vida de seus familiares.
Uma mulher que perdeu o marido na semana passada em uma dessas guerras urbanas disse assim: “Onde é que esse país vai parar e quantas vidas mais teremos que chorar?”
Eu não sei. Acho que ninguém sabe. Nem mesmo aqueles que deveriam saber.
Pois é, parece que não dá mais pra sair de casa. Pelo menos não com tranqüilidade.
E o que você faz se for assaltado no meio do caminho de casa para o trabalho?
Chama a polícia? Opa, mas vai que a polícia te confunde com algum marginal?
Mais fácil você chamar o bandido da facção rival. Porque eles sim, são bem preparados, bem armados e costumam não errar o alvo.
Contraditório, não?
O mundo está tão louco, os princípios estão tão deturpados e a realidade é tão irreal que imaginar uma solução para tanta barbaridade é quase uma utopia. Mesmo que não devesse.
Nossa polícia é despreparada para enfrentar a guerra social do nosso dia-a-dia e vive amedrontada por ter que disputar forças com uma “bandidagem” organizada e eficiente.
Em função deste medo, quem não vive mais sem temer pelo futuro, somos nós.
Eu li uma reportagem esse final de semana que tinha a manchete mais ou menos assim:
“Pedreiro é preso por roubar para sustentar a família; Dantas está solto.”
Sabemos que é isso mesmo que acontece.
Não que roubar, seja lá o que for não seja crime passível de prisão.
Mas, entre uma galinha e mais de 1 Bilhão de dinheiro público quem mereceria mais estar na cadeia?
Obviamente aquele que agora está em sua luxuosa mansão, rindo da nossa cara.
Essa é a nossa legislação, que pune os mais pobres e garante a liberdade e o caviar de cada dia aos mais ricos.
Incompreensível. Revoltante. Louco.
Enquanto roubar galinha é crime e dá cadeia, nossos governantes, banqueiros, etc., continuam soltos e roubando além do nosso dinheiro a nossa vergonha e a nossa dignidade.
É o nosso Brasil... Sem futuro!

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