segunda-feira, 10 de março de 2008

O que não foi


Foi uma morte lenta, dia-a-dia, minuto-a-minuto.
Daquelas que parece não acabar nunca.
Sofrida.
Foi uma morte penosa, como só uma morte deve ser.
Teve o luto.
Teve choro.
eve a raiva de ter sido.
piedade de quem fica.
A súplica.
Dor.
Os dias que se passaram, contra a dor que não passava e a vontade de voltar.
O não poder. A diferença entre querer e precisar.
Mas toda dor é assim, a gente sente, ressente, expele e depois esconde.
E se acostuma.
Você a pede em companhia e faz parte dela.
Duas damas tristes, pesadas e inconseqüentes.
Por tempos. Mas, assim como o amor, já citado por Vinícius de Moraes, em seu famoso “Que seja eterno enquanto dure”. E essas dores vêm e vão.
É que a gente se acostuma à falta.
E depois a gente nem entende porque que sofreu tanto.
Coração bobo, que enxerga o que não viu, que escuta o que não foi dito, que sente o que não foi.
Engana.
A questão é que ninguém perde algo que nunca teve. Que nunca foi seu e que nunca lhe teve.
Então não há morte para um amor que não existiu.
O que há são outros nomes.
Definições. Erros.
E não pode haver dor pela dor do outro.
Deixe que venha, então, o alívio.
Um pré-suspiro pra felicidade.
Um minuto pra chegada do novo...

3 comentários:

Divinius disse...

Gostei de ler:)
Comenta o meu blog.
A MUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA:)

Everaldo Ygor disse...

Olá...
Ao morrer o renascimento, em forma de prosa poética...
Teve o luto, a dor e depois toda essa escrita ai...
Perdemos e ganhamos sempre o que não tivemos, desejamos sempre algo mais, dai o alívio para o novo, para a busca eterna da felicidade...
Abraços
Visite: Mulher em Prosa & Verso
http://outrasandancas.blogspot.com/

Anônimo disse...

Eu acredito que todo mundo sente que morreu em uma fase da vida, claro que nao morte real, mas sim uma morte de ideias, de gostos, de pensamentos de tudo, e renascemos para melhor e aprendemos com os erros